segunda-feira, 27 de junho de 2011

ownyourlife@up2u

Uma das vantagens de se ter um blog é poder escrever quando, nos apetece, acerca de qualquer assunto e ter a sensação maravilhosa de que alguém vai aproveitar a nossa pesquisa. Maria, este texto é para ti!

No passado domingo fui abordado pela Maria no jardim de Belém enquanto dava treino a uma das minhas alunas mais aplicadas. Esteve boa parte do treino sentada numa árvore perto da nossa, alternando o olhar entre as inúmeras pessoas que se exercitavam no jardim (BRUTAL!!!) e as destrezas da minha aluna, pendurada no TRX. Perto do final do treino, encetou conversa e acabámos por falar alguns minutos. É doente oncológica e, pela credibilidade do meu discurso e feedbacks durante o exercício, achou que poderia obter as respostas que procurava. A promessa de que ainda esta semana te ligaria com mais informação, fez-me mergulhar cedo nas vantagens do exercício para as tuas necessidades.

A inactividade física durante o período de quimio e/ou radioterapia e os seus efeitos secundários levam a um decréscimo da aptidão física que condiciona a actividade física e a funcionalidade. Porém, a literatura sugere que o exercício físico regular se traduz em benefícios na mortalidade, morbilidade e funcionalidade. Reduz a fadiga induzida pela quimioterapia, melhora o humor, aumenta a auto-confiança e diminui o risco de diabetes e doença cadiovascular. Aumenta a aptidão aeróbia durante e após o tratamento, atenua os sintomas e os efeitos fisiológicos do mesmo.

A adesão ao programa de exercício carece de um acompanhamento que possibilite a quebra de barreiras (fadiga persistente, neuropatia, osteoporose, sarcopenia e declínio funcional geral) que se entrepõem entre ti e a tua saúde. 

Segundo a American Cancer Society, o programa de exercício deve ser iniciado imediatamente. A recomendação é semelhante à do adulto saudável (5 dias de exercício moderado a intenso durante 30 a 60 minutos). Sugere flexibilidade, para manter o corpo em movimento num exercício de baixa intensidade, aeróbio para gastar calorias e melhorar a saúde metabólica e força para atenuar a perda de massa muscular associada à terapia.

Considero que o treino da força quando realizado sem pausas, com exercícios multiarticulares e com amplitude de movimento, constitui um completo programa de exercício, pelo que te aconselho vivamente! Paralelamente, a marcha ou corrida (aeróbio) podem ser incluídas no teu plano, pelos seus benefícios fisiológicos e psicológicos. O yoga, tai-chi, pilates e outros na mesma linha permitem desenvolver a força, flexibilidade, e o relaxamento, enquanto a meditação, sem estar directamente relacionado com o exercício, coloca a tua mente ao serviço do corpo e da saúde.

É importante escolheres actividades que gostes, não percas oportunidades de ser activa diariamente (mesmo quando sobes as escadas do teu prédio).

Não suportaste os tratamentos para acabares no sofá ou na cama. Consulta o teu médico, o personal trainer e inicia a mudança. BOA VIAGEM! Se precisares de ajuda escreve para hugomeca@hotmail.com.

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